
O prémio Nobel da Literatura deste ano, atribuído a Doris Lessing, «a contadora épica da experiência feminista, que com cepticismo, fogo e poder visionário, sujeitou a escrutínio uma civilização dividida».Doris Lessing, com os seus livros difíceis de encaixar num qualquer estilo literário, livros que são sobretudo pertubadores e perturbantes, é uma das minhas autoras favoritas.
Como fã de ficção científica, «conheci» Doris Lessing através da pentalogia «Canopus em Argos», publicada na colecção Nébula da Europa América, em que a pena magistral da autora mistura ficção científica e literatura apocalíptica para contar toda a história da humanidade num «mundo novo» que a autora diz ter criado «para mim mesma».A escritora feminista foi também uma combatente heróica contra as injustiças, o colonialismo e o apartheid, retratadas no livro «A Erva Canta», de 1950, igualmente publicado pela Europa América.
Doris Lessing, que há muito consta das listas de possíveis laureados, nasceu no Irão em 1919 - o que a torna a mais velha laureada com o Nobel, o Nobel da Física em 2002, Raymond Davis Jr., que contava 88 anos à data da nomeação é o correspondente no masculino - e mudou-se com a família para a Rodésia do Sul (agora Zimbabwe), onde viveu até 1949. Lessing mostrou-se muito crítica de Robert Mugabe, o presidente do Zimbabwe que conturba a cimeira euro-africana que a presidência portuguesa da UE está a organizar, o que torna prevísiveis repercussões politicas na atribuição.
Publicado pela Europa América.Doris Lessing, que há muito consta das listas de possíveis laureados, nasceu no Irão em 1919 - o que a torna a mais velha laureada com o Nobel, o Nobel da Física em 2002, Raymond Davis Jr., que contava 88 anos à data da nomeação é o correspondente no masculino - e mudou-se com a família para a Rodésia do Sul (agora Zimbabwe), onde viveu até 1949. Lessing mostrou-se muito crítica de Robert Mugabe, o presidente do Zimbabwe que conturba a cimeira euro-africana que a presidência portuguesa da UE está a organizar, o que torna prevísiveis repercussões políticas da atribuição.O último livro de Lessing que li, «The Sweetest Dream» lançado em 2002, é uma autobiografia de um sonho. Como referiu numa entrevista à BBC Brasil, «O novo livro é sobre as utopias em que eu e as pessoas de minha geração acreditávamos. Daí a palavra sonho. Quando eu era jovem abre aspas, todo o mundo, fecha aspas, era comunista. É disso que o livro fala, do velho sonho comunista, que virou poeira».
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