quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Biblioteca Joanina


A Biblioteca Joanina é, porventura, uma das mais importantes bibliotecas nacionais.
Situada nas dependências da Universidade de Coimbra, apresenta um estilo marcadamente rococó, sendo reconhecida com uma das mais originais e espectaculares bibliotecas barrocas europeias.
Além de local de pesquisa de muitos estudiosos, o espaço é ainda frequentemente utilizado para concertos, exposições e outras manifestações culturais.

A sua construção começou no ano de 1717, no exterior do primitivo perímetro islâmico, sobre o antigo cárcere do Paço Real, com o objectivo de albergar a biblioteca universitária de Coimbra, e foi concluída em 1728.
Apesar de ter sido construída no seguimento do projecto régio de reforma dos estudos universitários (consequência da difusão das correntes iluministas em Portugal), a Biblioteca Joanina é reconhecida como uma das mais originais e espectaculares bibliotecas barrocas europeias.
O Mestre de obras foi João Carvalho Ferreira. A decoração pintada só foi realizada alguns anos mais tarde, já nas vésperas da Reforma Pombalina: os frescos dos tectos e cimalhas foram executados por António Simões Ribeiro, pintor, e Vicente Nunes, dourador. O grande retrato do Rei é atribuído ao italiano Domenico Duprà e a pintura e douradura das estantes foi realizada por Manuel da Silva. O mobiliário, em madeiras exóticas, brasileiras e orientais, foi executado pelo entalhador Francesco Gualdini.
Exteriormente assemelha-se a um vasto paralelipípedo, onde se salienta-se o portal nobre, de estilo barroco, encimado por um grande escudo nacional do tempo do monarca que a mandou construir: D. João V.
Interiormente compõe-se de três salas que comunicam entre si através de arcos idênticos ao portal e integralmente revestidos de estantes, decorados a motivos chineses (na primeira sala em contraste ouro sobre fundo verde, na segunda, ouro sobre fundo vermelho e na última ouro sobre fundo negro).
Toda a sua arquitectura envolve um retrato de D. João V que, colocado na parede do topo do edifício, na última sala, funciona como "ponto fuga" da biblioteca da Universidade de Coimbra, também chamada, noutros tempos, Casa da Livraria. A nave central da Joanina faz com que a sua estrutura se assemelhe à de uma capela, em que o retrato de D. João V ocupa o lugar do altar.
A dourada moldura da tela imita uma cortina, que se abre para exibir, numa "esplendorosa composição alegórica", o rei.
Joanina reúne mais de 200 mil volumes, 40 mil dos quais no andar nobre, o único, dos três pisos do edifício, aberto ao público. Aí se conservam os principais fundos de Livro Antigo (documentos até 1800).
Os seus cerca de 1250m2 úteis actuais foram obtidos com o arranjo de dois níveis de caves, para depósito e salas de trabalho, albergando um total de cerca de 200.000 volumes

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Halloween


A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às actuais abóboras ou da famosa frase "Douçuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração.
Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão" na língua celta).
O fim do verão era considerado como ano novo para os celtas. Era pois uma data sagrada uma vez que, durante este período, os celtas consideravam que o "véu" entre o mundo material e o mundo dos mortos (ancestrais) e dos deuses (mundo divino) ficava mais tênue.
O Samhain era comemorado por volta do dia 1° de novembro, com alegria e homenagens aos que já partiram e aos deuses. Para os celtas, os deuses também eram seus ancestrais, os primeiros de toda árvore genealógica

Halloween



O Dia das Bruxas (Halloween é o nome original na língua inglesa) é um evento de cariz tradicional e cultural, que ocorre nos países anglo-saxónicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações pagãs dos antigos povos celtas.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Sabias que?


Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) esteve no Japão, de 18 a 19 de Outubro, para debater as alterações climáticas. Este cientista indiano foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz de 2007, em conjunto com Al Gore. Foto: Francois Lenoir/Reuters (arquivo)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Prémio Nobel da Paz 2007

A Academia sueca acabou de divulgar que o prémio Nobel da Paz foi atribuído a Al Gore e ao Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) «pelos seus esforços em estimular e disseminar um maior conhecimento acerca das alterações climáticas antropogénicas e por estabelecerem as fundações das medidas necessárias para contrariar essa alterações».
Se o prémio Nobel da Literatura foi uma surpresa, Al Gore, indicado por dois deputados do Parlamento norueguês, a socialista Heidi Sørensen e o liberal Børge Brende, liderava destacado a lista de favoritos para este prémio, que incluía o presidente da Bolívia Evo Morales, o monge vietnamita Thich Quang Do, o indiano Rajendra Pachauri (presidente do IPCC) e a activista Inuit Sheila Watt-Cloutier.
O prémio distinguiu «esforços de recolha e difusão de conhecimentos sobre as mudanças climáticas provocadas pelo Homem», o que permitiu começar a lutar contra essas alterações. Mas Al Gore tem críticos. Bjorn Lomborg diz que há problemas mais graves para resolver .


http://br.youtube.com/watch?v=GyqBa0zqD2o
http://br.youtube.com/watch?v=yGvO8G0PRq4

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Prémio Nobel da Literatura 2007


O prémio Nobel da Literatura deste ano, atribuído a Doris Lessing, «a contadora épica da experiência feminista, que com cepticismo, fogo e poder visionário, sujeitou a escrutínio uma civilização dividida».Doris Lessing, com os seus livros difíceis de encaixar num qualquer estilo literário, livros que são sobretudo pertubadores e perturbantes, é uma das minhas autoras favoritas.

Como fã de ficção científica, «conheci» Doris Lessing através da pentalogia «Canopus em Argos», publicada na colecção Nébula da Europa América, em que a pena magistral da autora mistura ficção científica e literatura apocalíptica para contar toda a história da humanidade num «mundo novo» que a autora diz ter criado «para mim mesma».A escritora feminista foi também uma combatente heróica contra as injustiças, o colonialismo e o apartheid, retratadas no livro «A Erva Canta», de 1950, igualmente publicado pela Europa América.

Doris Lessing, que há muito consta das listas de possíveis laureados, nasceu no Irão em 1919 - o que a torna a mais velha laureada com o Nobel, o Nobel da Física em 2002, Raymond Davis Jr., que contava 88 anos à data da nomeação é o correspondente no masculino - e mudou-se com a família para a Rodésia do Sul (agora Zimbabwe), onde viveu até 1949. Lessing mostrou-se muito crítica de Robert Mugabe, o presidente do Zimbabwe que conturba a cimeira euro-africana que a presidência portuguesa da UE está a organizar, o que torna prevísiveis repercussões politicas na atribuição.

Publicado pela Europa América.Doris Lessing, que há muito consta das listas de possíveis laureados, nasceu no Irão em 1919 - o que a torna a mais velha laureada com o Nobel, o Nobel da Física em 2002, Raymond Davis Jr., que contava 88 anos à data da nomeação é o correspondente no masculino - e mudou-se com a família para a Rodésia do Sul (agora Zimbabwe), onde viveu até 1949. Lessing mostrou-se muito crítica de Robert Mugabe, o presidente do Zimbabwe que conturba a cimeira euro-africana que a presidência portuguesa da UE está a organizar, o que torna prevísiveis repercussões políticas da atribuição.O último livro de Lessing que li, «The Sweetest Dream» lançado em 2002, é uma autobiografia de um sonho. Como referiu numa entrevista à BBC Brasil, «O novo livro é sobre as utopias em que eu e as pessoas de minha geração acreditávamos. Daí a palavra sonho. Quando eu era jovem abre aspas, todo o mundo, fecha aspas, era comunista. É disso que o livro fala, do velho sonho comunista, que virou poeira».


quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Dia 10 de Outubro, dia Europeu contra a Pena de Morte

Realizou-se ontem no Centro Cultural de Belém a conferência «A Europa contra a Pena de Morte», uma organização do Ministério da Justiça no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, da Comissão Europeia e do Conselho da Europa.O ponto alto da Conferência era suposto ter sido a assinatura de uma Declaração Conjunta, da União Europeia e do Conselho da Europa, a instituir dia 10 de Outubro como Dia Europeu contra a Pena de Morte. A iniciativa foi gorada pela Polónia, que vetou a decisão a nível da UE no dia 18 de Setembro. O Conselho da Europa, que aprovou a instituição deste dia com 46 votos favoráveis - o representante polaco retirou-se da sala durante a votação -, salvou assim aquele que era um dos objectivos da Presidência Portuguesa da União Europeia, que irá ainda apresentar na ONU, em meados de Outubro, um projecto de resolução para uma moratória sobre a pena de morte.A insistência da presidência portuguesa no tema, para além de todas as razões humanitárias que a tornam urgente, justifica-se ainda no orgulho luso no facto de Portugal ter sido o primeiro país europeu a abolir a pena de morte.
Podemos considerar que a preparação desta decisão inédita foi efectuada pelo Marquês de Pombal, a quem devemos a reforma da nossa legislação civil. Com a publicação em 18 de Agosto de 1769 da Lei da Boa Razão, deixou de ter fundamento jurídico o direito consuetudinário e teve fim a relevância do direito canónico nos tribunais civis - e acabaram os autos de fé inquisitoriais. A partir dessa data, tornou-se necessário a fundamentação de qualquer lei numa razão justa, senão tornar-se-ia inválida.Assim, a pena de morte foi abolida para crimes políticos em 1852 pelo artigo 16º do Acto Adicional à Carta Constitucional de 5 de Julho. Há 140 anos, o ministro da Justiça de D. Luís, Augusto César Barjona de Freitas, submeteu a discussão na Câmara dos Deputados uma proposta de abolição da pena de morte para todos os crimes, excepto para os militares, proposta que foi aprovada e publicada na lei de 1 de Julho de 1867.
Em 1911, tinha a primeira República uns escassos meses, a pena de morte foi abolida para todos os crimes, incluindo os militares, por Decreto com força de lei de 16 de Março de 1911, decreto posteriormente reforçado pela Constituição de 1911.Uns anos depois, a participação nacional na I Guerra Mundial ditou a alteração desta situação pela lei nº 635, de 28 de Setembro de 1916, que restabelecia a pena de morte para crimes militares em «caso de guerra com país estrangeiro, em tanto quanto a aplicação dessa pena seja indispensável, e apenas no teatro de guerra».Somente em 1976 a Constituição portuguesa repôs o que previa a Constituição de 1911, nomeadamente com o nº 2 do artigo 24º, que lê «em caso algum haverá pena de morte».De acordo com a Procuradoria Geral da República, a última execução em território nacional, por motivo de crime civil, ocorreu em Lagos, em Abril de 1846. Eventualmente terá sido executado em França, em 1917 ou 1918, um soldado do Corpo Expedicionário Português, condenado por espionagem.Está disponível desde ontem na Biblioteca Digital Nacional um site dedicado a Miguel Torga, «um autor que fez toda sua vida literária com uma grande consciência do seu tempo», como referiu a responsável pelo projecto, Teresa Sobral Cunha. No ano em que se assinala o centenário do seu nascimento, ouçamos o «analista indefectível do seu tempo»:«A tragédia do homem, cadáver adiado, como lhe chamou Fernando Pessoa, não necessita dum remate extemporâneo no palco. É tensa bastante para dispensar um fim artificial, gizado por magarefes, megalómanos, potentados, racismos e ortodoxias. Por isso, humanos que somos, exijamos de forma inequívoca que seja dado a todos os povos um código de humanidade. Um código que garanta a cada cidadão o direito de morrer a sua própria morte».

in "http://blogs.publico.pt/dererumnatura/ "