A transmissão entre nós da série CSI, embora baralhando alguns espectadores que não sabem distinguir o que é real do que é ficção, teve o mérito de despertar o interesse de muitos para a química forense, que não passa de química analítica pura e dura. Omnipresentes em todos os episódios, estão os sprays sortidos que acompanham Gil Grissom e a sua equipa de detectives químicos a todos os locais de crime.
Um dos sprays que resulta muito bem em televisão é a solução de luminol utilizada para detectar vestígios de sangue, mais concretamente vestígios de iões ferro (da hemoglobina) que catalisam a reacção de oxidação de luminol. As próximas séries poderão contar com mais um destes sprays «mágicos» desenvolvido pelo cientista Joseph Almog, que contribuiu inúmeras armas para a luta contra o crime, como sejam o Genipin, o Ferroprint ou o Ferrotrace.O Genipin é um derivado de um composto extraído do fruto da Gardenia jasminoides, a espécie nativa do sul da China e Japão que homenageia o botânico escocês Alexander Garden (1730-1791) e que Pierre Poivre introduziu na Maurícia, nomeadamente no Jardim Botânico de Pamplemousses.
É igualmente um poderoso agente revelador de impressões digitais, que fluorescem brilhantemente no azul, especialmente se iluminadas com luz amarela, e que compete com a famosa exposição a super cola em que o vapor de etil-cianoacrilato libertado polimeriza por acção de lactato de sódio ou alanina, os principais componentes dos resíduos de impressões digitais.
Ferrotrace e Ferroprint são o nome de outros sprays contendo piridildifenil triazina (PDT), que se pulverizados sobre as mãos de alguém que tenha estado em contacto recente com armas de fogo revela
o crime com uma cor violeta.
O novo spray desenvolvido pelo cientista do departamento de Química Forense da Hebrew University em Israel, detecta nitrato de ureia, um explosivo caseiro muito utilizado por terroristas sortidos.
Este derivado do cinamaldeído ou aldeído cinâmico - o composto que confere à canela o seu sabor e cheiro característicos - reage com o explosivo tornando possível a detecção de quantidades vestigiais de nitrato de ureia em qualquer superfície.Na imagem, um algodão embebido na solução de para-dimetilaminocinamaldeído fica vermelho após contacto com o explosivo.
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